Cortisol, estresse, obesidade e performance física

Tempo de leitura:

5 minutos

Mulher com mão no rosto estressada

Hormônios do estresse e da obesidade e o impacto na performance esportiva 

O cortisol é um hormônio fundamental para o organismo, já que é responsável pela regulação de diversos processos metabólicos do corpo. Seus níveis plasmáticos sofrem alterações em diferentes momentos do dia, devido a ação de agentes estressores que corresponde a fatores internos e externos relacionados ao cotidiano de cada um. Essas alterações, permite que o organismo adquira resistência sobre o meio no qual está inserido, entretanto, se a exposição a esses agentes for constante, pode ocorrer o surgimento de patologias como a obesidade.1 

 

Sobre o cortisol 

O cortisol, faz parte de uma classe de hormônios chamada glicocorticoides, que são responsáveis por controlar algumas funções do nosso metabolismo como:2 

  • Atua no metabolismo dos carboidratos estimulando o processo de gliconeogênese e reduzindo a glicólise 
  • Tem ação hiperglicemiante, e pode favorecer o desenvolvimento de um quadro patológico de diabetes adrenal sendo moderadamente resistente à insulina mesmo havendo a liberação desse hormônio na circulação sanguínea.   
  • No metabolismo dos lipídeos ele diminui o transporte de glicose para os adipócitos reduzindo a sensibilidade deste à insulina e em períodos prolongados pode estimular o processo de lipogênese.  

 

Estresse e Obesidade 

O estresse crônico, é um desestabilizador da homeostase corporal, desencadeando consequentemente diversas respostas de defesa. O cortisol em altas concentrações é capaz de aumentar a síntese dos receptores de LDL e HDL, e da 3-hidroxi-3metilglutaril coenzima A redutase, que está associada ao processo de biossíntese do colesterol.3  

A obesidade representa outro fator diretamente ligado ao aumento dos níveis de cortisol plasmático, onde nesses indivíduos há um aumento da ativação do eixo hipotálamo hipófise-adrenal havendo consequentemente a elevação da síntese de cortisol pelas glândulas adrenais. Em paralelo, essa patologia está associada ao surgimento de outras condições secundárias que elevam os níveis de cortisol, e estão associadas ao acúmulo de gordura abdominal que possibilita a geração de um ciclo vicioso.4  

Através de estudos realizados analisando a farmacocinética do cortisol na obesidade, verifica-se que os níveis desse hormônio estão diretamente ligados a quantidade de gordura abdominal que o indivíduo apresenta, com isso a secreção do cortisol é cada vez mais alta quanto maior for a quantidade de gordura visceral no corpo.4 

Impacto na performance esportiva 

O aumento do peso corporal está diretamente relacionado com piora da capacidade física, da vitalidade e de dores corporais, causando anormalidades na função respiratória, que incluem diminuição na capacidade funcional. A resposta cardiorrespiratória ao exercício é diretamente proporcional à demanda de oxigênio (O2) da musculatura esquelética, ao consumo de oxigênio miocárdico e à frequência cardíaca (FC), que aumentam linearmente conforme o trabalho físico realizado.5 

Atualmente, o VO2max é a variável que representa o melhor índice objetivo do desempenho cardiovascular. Pessoas obesas apresentaram valores de VO2max significativamente menores quando comparada com pessoas eutróficas, isso consequentemente reduz a aptidão física e capacidade funcional de indivíduos obesos.5 

Dobro Experts

O seu canal de conteúdos científicos nível A de Evidência!

Página no instagram

Referências 

  • ROSA, Thais Gonçalves. Influência dos agentes estressores no aumento dos níveis de cortisol plasmático. Monografia. Curso de Farmácia. Rio Verde: Universidade de Rio Verde, GO, 2016. 
  • BORGES, F. Z. et al. Síndrome de Cushing subclínica relacionada à hipertensão arterial 42 secundária e tireoidite autoimune. Relato de caso. Revista Brasileira de Clínicas Médicas, Rio de Janeiro, v. 10, n. 4, p. 361-366, 2012. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. de 2016 
  • CAETANO, M. S.; VILAR, L.; KATER, C. E. Síndrome de Cushing Subclínica em populações de risco. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabolismo, São Paulo, v.51, n.8, p. 1185-1190, 2007. Disponível em: . Acesso em: 24 set. 2016. 
  • LORDELO, R. Et al. Eixos hormonais na obesidade: Causa ou Efeito? Arquivo Brasileiro Endocrinologia e Metabolismo, v. 51, n. 1, p. 34-41, 2006. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2016. 
  • Orsi, J. V. de A., Nahas, F. X., Gomes, H. C., Andrade, C. H. V. de ., Veiga, D. F., Novo, N. F., & Ferreira, L. M.. (2008). Impacto da obesidade na capacidade funcional de mulheres. Revista Da Associação Médica Brasileira, 54(2), 106–109. https://doi.org/10.1590/S0104-42302008000200010   

 

;