Os seres humanos estão constantemente expostos a várias influências externas, como poluentes ambientais ou patógenos nocivos, que afetam o equilíbrio do nosso organismo. Nas últimas décadas, temos presenciado um aumento alarmante na ocorrência de doenças infecciosas, condições inflamatórias, alergias, cânceres e distúrbios autoimunes, que trazem consigo um grande impacto na saúde humana. ¹
A falta de uma defesa imunológica adequada pode resultar principalmente em infecções graves e/ou tumores, ao passo que um funcionamento excessivo do sistema imunológico pode levar ao desenvolvimento de alergias e/ou doenças autoimunes. ¹
Assim, uma imunidade bem-equilibrada é fundamental para a manutenção da saúde humana. Neste artigo, vamos explorar o que é imunidade, como ela funciona e como podemos fortalecer nosso sistema imunológico para viver uma vida mais saudável e resiliente.
O que é e como o sistema imunológico funciona?
O sistema imunológico compreende uma ampla gama de células imunes, várias citocinas e vias de sinalização que protegem a pele, o trato intestinal e o trato respiratório contra invasores estranhos, como bactérias, vírus e fungos. ¹
Ele possui duas linhas de defesa principais: a imunidade inata e a imunidade adquirida ou adaptativa. A imunidade inata é a primeira linha de defesa, proporcionando uma resposta rápida e geral aos agentes invasores. Já a imunidade adquirida é uma resposta mais específica e adaptativa, desenvolvida ao longo da vida em resposta a exposições superiores. ¹
Por que a nutrição é importante para o bom funcionamento imunológico?
Existe uma relação estreita entre alimentos, nutrição e saúde, e o consumo de nutrientes específicos exerce um impacto significativo na saúde humana. A quantidade e o tipo de nutrientes que ingerimos estão intimamente ligados ao nosso estado metabólico e à saúde do nosso sistema imunológico. Portanto, uma ingestão de nutrientes está associada ao desenvolvimento de doenças importantes devido ao funcionamento deficiente do sistema imunológico. ²
Os mecanismos inflamatórios que compõem a imunidade inata são fortemente influenciados pela nutrição, e essa interação, quando perturbada, pode afetar profundamente o desenvolvimento da doença. O sistema imunológico é capaz de destruir corpos estranhos por meio de células imunes inatas e adaptativas e, finalmente, por meio de anticorpos específicos para cada patógeno. ²
Ao fornecer os nutrientes adequados em concentrações suficientes para as células imunes, elas podem iniciar respostas efetivas contra os vírus e bactérias. Assim, a fim de evitar o desenvolvimento de doenças, os nutrientes provenientes da dieta exercem efeitos significativos no início dessa resposta rápida do organismo. ²
Além disso, as deficiências nutricionais estão intimamente associadas ao comprometimento da resposta imune e à perda da resistência do hospedeiro à infecção. Isto porque, quando os nutrientes da dieta são insuficientes ou ineficientes, o suprimento desses elementos para as células do sistema imunológico é significativamente poupado e a imunidade fica comprometida. ²
A literatura mostra que existem certos micronutrientes, como vitaminas e minerais, bem como alguns macronutrientes, como aminoácidos específicos, que demonstraram exercer um impacto muito importante e particular na modulação imunológica, confira abaixo:
Efeito protetor da vitamina C
A vitamina C é uma vitamina solúvel em água conhecida por seu papel essencial na saúde e no bem-estar. Além de ser um poderoso antioxidante, estudos mostram que a vitamina C desempenha um papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico. ²
Essa vitamina está envolvida em várias funções-chave do sistema imune. Ela estimula a produção e atividade de células imunológicas, como os linfócitos, que são responsáveis pela defesa do organismo, ou seja, a vitamina C favorece a atividade de barreira do nosso organismo que identifica e neutraliza patógenos causadores de diversas doenças. ²
Sua ação antioxidante também ajuda a proteger as células imunológicas contra danos oxidativos, com isso, diversos estudos mostram que a vitamina C participa no fortalecimento do sistema imunológico, tornando-o mais resistente a doenças. ²
Também é relatado que ela combate resfriados e infecções respiratórias, isso porque está associada à redução da duração e gravidade dos sintomas de resfriados e sintomas respiratórios, além de ajudar na prevenção dessas doenças. A vitamina C também possui propriedades anti-inflamatórias, auxiliando na redução da inflamação e também confere proteção contra estresse oxidativo por meio da sua ação antioxidante. ²
Papel imunológico do magnésio
O magnésio é um mineral essencial para o bom funcionamento do organismo. Ele exerce várias funções no nosso corpo, como a regulação do metabolismo e a saúde dos ossos, estudos recentes revelaram sua proteção para o sistema imunológico. ³
Esse mineral desempenha um papel crucial na regulação do sistema imunológico. Ele está envolvido na ativação e função das células imunológicas, como linfócitos, células natural killer e macrófagos. Essas células são responsáveis por defender o corpo contra patógenos, como vírus, bactérias e fungos, e auxiliar na remoção de células danificadas ou cancerígenas. ³
O magnésio também está envolvido na produção de proteínas essenciais para a resposta imunológica. A inflamação é uma resposta natural do sistema imunológico a agressões e resistentes. No entanto, quando a inflamação se torna crônica, pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e autoimunes. ³
Ele desempenha um papel importante na regulação da inflamação, ajudando a equilibrar a resposta imune e a estimulação excessiva. Isso é fundamental para o bom funcionamento do sistema imunológico e para a prevenção de doenças relacionadas à inflamação crônica. ³
Estudos demonstram que a falta de magnésio pode afetar a função das células imunológicas devido a uma resposta imunológica comprometida. Além disso, a deficiência de magnésio está associada a um aumento da inflamação crônica, o que pode apresentar ou agravar condições de saúde relacionadas ao sistema imunológico. ³
Quando a suplementação é necessária?
Os suplementos dietéticos, por definição, não se destinam a “tratar, diagnosticar, curar ou prevenir doenças”, mas “destinam-se a adicionar ou complementar a dieta e são diferentes dos alimentos convencionais”. Por isso, embora a alimentação balanceada seja a melhor forma de obter as vitaminas necessárias, em algumas situações específicas, a suplementação pode ser necessária.
Deficiências nutricionais comprovadas, grupos populacionais específicos, problemas de absorção, estágios de desenvolvimento e estilos de vida restritivos são alguns dos casos em que a suplementação de vitaminas pode ser recomendada. No entanto é essencial buscar orientação profissional para determinar a necessidade real de suplementação e garantir que a dosagem correta e o tipo de suplemento adequado sejam utilizados.
