A Taurina (Tau) é um aminoácido não essencial, presente principalmente na retina e no tecido muscular esquelético e cardíaco, e sua função está associada principalmente à osmorregulação, antioxidação e detoxificação. A Taurina exerce grande função sob a estabilização de fosfolipídios de membrana e na regulação da concentração de Cálcio intracelular, o que aumenta a taxa de absorção do retículo sarcoplasmático (RS) e a capacidade de armazenamento total das vesículas do RS. Ela exerce ação sobre os radicais livres e regula a taxa de geração de espécies reativas de oxigênio (ROS) por mitocôndria, agindo como um potente antioxidante, além de auxiliar na modulação da excitabilidade dos neurônios, evitando que ocorra o excesso de estímulos de dificulte a concentração.1,2
Com isso, a suplementação de Taurina pode ser benéfica reduzindo a susceptibilidade à lesão muscular, estresse oxidativo, além de auxiliar na dificuldade de atenção como envelhecimento e exercícios físicos exaustivos.3
Existe uma literatura extensa que apoia o uso de taurina para melhorar o desempenho físico, uma revisão trouxe uma análise de 14 artigos a respeito da eficiência da taurina no esporte, e dez deles revelaram melhoras significativas na performance após a ingestão de Tau vs. placebo.4
Benefícios Principais
- Aumento da capacidade cardio respiratória5,6
- Aumento da oxidação de gordura7,8
- Aumento do fluxo sanguíneo pelas artérias9
- Redução da percepção de esforço8,10
- Redução do tempo do exercício11
Devido a essas funções fisiológicas, este aminoácido tornou- se um ingrediente funcional, muito comum de ser encontrado em bebidas energéticas, com a alegação de efeitos ergogênicos. Em 2005 com o recorde de 7 bilhões de vendas, e o aumento do consumo dessas bebidas por atletas treinados e pessoas ativas, levaram a um aumento nas pesquisas e estudos sobre bebidas contendo este aminoácido.6
A síntese de taurina ocorre por meio de uma sequência de reações enzimáticas de oxidação e transulfuração que requerem a participação de diversas vitaminas, tendo como principal cofator a B6, sua principal síntese ocorre no fígado e no sistema nervoso onde há maior produção das enzimas responsáveis por esse processo.12
Seu transporte depende do transportador TauT ou PAT I, e é modulado pelas enzimas proteína cinase C (PKC) a qual inibe o transporte e a enzima cinase A (PKA), que estimula ou inibe o transporte dependendo do tecido, ambas são enzimas sensíveis à concentração de cálcio celular. Sua absorção é mediada por íons sódio e cloro, ocorrendo no trato gastrointestinal, em especial no intestino delgado, e de maneira mais lenta no intestino grosso.14
Taurina e Esporte
O efeito aditivo e benéfico da taurina quando associado à prática de um exercício físico já é muito bem relatado, isso porque sua ação influencia diretamente na homeostase do cálcio, um dos micronutrientes mais importantes na contração muscular. A taurina é capaz de aumentar a liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático resultando em um aumento de sensibilidade do filamento contrátil, o que favorece a contração muscular. Os estudos mostram que o conteúdo de taurina no músculo esquelético difere-se em relação ao tipo de fibra muscular, sendo maior em fibras lentas (tipo I) do que em fibras de contração rápidas (tipo 2).15,16
A fim de entender essa relação, Gonzalez et al. testaram esse efeito ergogênico em um momento de pré-exercício em homens treinados que receberam uma bebida energética com taurina, e como resultado principal resultados mostraram que o consumo dessa mesma bebida dez minutos antes de um exercício de resistência melhorou significantemente a performance por aumentar o tempo de exaustão e também aumentar a produção de força nas fibras de contração rápida.17
Zhang et al (2004) também buscaram entender a funcionalidade desse nutriente, e suplementaram atletas de ciclismo por sete dias com taurina, e verificaram que houve um aumento considerável no consumo máximo de oxigênio (VO2 max) e aumento no tempo de exaustão. Essa melhora no desempenho dos atletas, foi atribuída à capacidade antioxidante da taurina, pois é já se sabe que a fadiga muscular coincide com o aumento de espécies reativas de oxigênio (EROs), e houve diminuição nos danos do DNA sugerindo que a taurina possa atenuar o aumento de EROs devido às suas propriedades de proteção celular.18